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GDF INVESTE NA METRÓPOLE E SUFOCA A CAPITAL

Editorial Robson Neri (Edição 15)


Imagine a Brasília dos seus sonhos. O que lhe vem à cabeça?


Cenário 1 – Distrito Federal – Uma cidade bucólica, arrojada, segura, confortável, acolhendo o centro administrativo dos órgãos do Governo Federal. Uma cidade com excelentes serviços e qualidade de vida para a população. Uma unidade da federação cuja política de administração e de crescimento sejam decorrentes dos interesses institucionais da esfera federal. Um milhão de habitantes, mas com capacidade para absorver filhos e netos. Em vez de Brasília, indicaríamos uma próspera cidade de Goiás ou Mato Grosso para conseguir um bom emprego. O trânsito flui. Os índices de segurança são excelentes.


Cenário 2 – Distrito Feder-Estadual – Uma unidade da federação como outra qualquer e que é, também, a capital do País. Uma metrópole entupida de gente, mas como ainda há mais gente querendo vir e como ainda existem áreas vazias, criam-se mais bairros. Como muitos já grilaram e invadiram terras, opta-se pela regularização. Com beneficiados satisfeitos, provavelmente, nas próximas eleições, o voto vai para quem lhe concedeu moradia. As cidades limítrofes têm crescimento explosivo e desordenado. Os políticos do DF mudam de domicílio para concorrer às prefeituras vizinhas. O trânsito é caótico. Os seus nervos ficam à flor da pele. São feitos empréstimos internacionais para resolver o problema do trânsito no DF e do saneamento básico no Entorno. Criam-se setores habitacionais para mais 300 mil pessoas. Pelo menos o dobro disso deve inchar ainda mais as nossas "satélites" goianas. O trânsito vai piorar muito. A segurança também. A saúde pública nem se fala. Corre-se o risco da falta d´água. Os ambientalistas reclamam, mas são tachados de radicais. Faz-se mais empréstimo internacional. Como o PIB do DF é pequeno, se comparado aos "outros" estados, monta-se uma política industrial para atrair empresas e pessoas e gerar emprego, criando mais bairros, piorando o trânsito, piorando a segurança... Quando sediarmos as Olimpíadas ou a Copa do Mundo, imitaremos o Rio de Janeiro e envergonharemos o Brasil, espalhando tanques de guerra pelas ruas. Os países amigos começam a construir consulados em Goiânia maiores que as embaixadas em Brasília. A UNESCO retiraria nosso título de Patrimônio Cultural da Humanidade.


O primeiro cenário é leite derramado. Utopia. Já o cenário 2 é uma afronta ao espírito público, a JK, a Lúcio Costa, ao País. É o desvirtuamento do DF. O povo não acha estranho. Simplesmente quer casa e emprego. A imprensa relata com naturalidade a "nova ordem". Parecem seguir a lógica de Maluf que dizia que "onde há engarrafamento há progresso". No entanto, elogiam o progresso e reclamam do engarrafamento.


O governo está tentando criar o bairro do Catetinho e aprovar na Câmara Legislativa seu instrumento básico, o Plano Diretor de Ordenamento Territorial. Existem impedimentos de toda ordem: falhas processualísticas, ausência de zoneamento econômico-ecológico, restrições ambientais e, até, expressa determinação contrária do Ministério Público. O governo e seus aliados não se abalam. Afinal, 40% das leis criadas por aqui são inconstitucionais.


Os empresários da construção estão rindo de orelha a orelha, mas não se deram conta da armadilha. As maiores construtoras e imobiliárias do Brasil estão desembarcando em nossa capital. A principal conseqüência será a extinção ou a drástica redução do poder de atuação das empresas brasilienses do ramo. O nicho de mercado já era grande o suficiente para um bom retorno e pequeno o suficiente para não atrair os lobos. Olho grande, tiro no pé. Mais esperto seria deixar o bolo como está e levar recursos para cidades como Formosa e Unaí, apoiadas em forte programa de desenvolvimento. A turma de São Paulo e do Rio não ia nem se tocar.


A sociedade organizada está se articulando contra o processo do Catetinho e do PDOT (veja nossa matéria de capa). Uma Federação de quase 20 entidades comunitárias está sendo formada em defesa dos interesses de Brasília.


Mas precisamos de algo bem mais contundente. Entendemos que a esfera federal deva reassumir seu papel na questão. No mínimo, a Presidência da República e, de preferência, também o Congresso Nacional deveriam criar mecanismos para se definir diretrizes de gestão do Distrito que, afinal, é Federal. Devem ser estabelecidos limites que eliminem a autonomia do GDF para promover a explosão demográfica local.  Deve ser fortalecida uma política de desenvolvimento regional ao redor de (mas não grudado em) Brasília. O GDF poderia assumir a liderança política do processo. No mínimo, teria muito mais votos nas próximas eleições. Nossos netos vão agradecer. O Brasil também. O leite ainda não foi todo derramado.

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